Sugestão de leitura: Como Lidar com o Trauma e o Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Escrito por Thimas Ehring e Anke Ehlres, este guia prático pretende ajudar tanto os pacientes como os seus familiares.
É importante notar que este guia não é um livro de auto-ajuda, não faculta conselhos concretos como se fossem receitas que conduzirão, com toda a certeza, a uma superação bem-sucedida do trauma.
Os três primeiros capítulos concentram-se nos pacientes com o intuito de ajudar a compreender melhor o que se sente desde o surgimento do(s) trauma(s), apresentando também sugestões do que pode ser feito para superar essa experiência. Por sua vez, o quarto capítulo está orientado para os familiares, fornecendo orientações de como podem ajudar os seus parentes durante a recuperação.
Os capítulos centrados no paciente, têm como objetivo a tomada de consciência de que todas as reações ao trauma são normais e compreensíveis e que, quase todas as pessoas com perturbação do stress pós-traumático, apresentam sintomas logo nos dias após o evento traumático. Pretendem também clarificar que o esquecimento pode ser algo difícil, uma vez que as pessoas tendem a continuar a sentir-se ameaçadas durante bastante tempo após o evento traumático.
Por sua vez, o capítulo dedicado aos familiares foca-se em transmitir dicas úteis e fáceis de pôr em prática e em como lidar com os problemas mais comuns após uma situação traumática, como as perturbações do sono, o medo, o distanciamento, entre outros.
Segundo os autores, existem dois tipos de traumas: traumas de tipo I, que correspondem a uma vivência única e limitada no tempo como, por exemplo, um acidente de carro violento ou um desastre natural; traumas de tipo II, que se estendem por longos períodos de tempo ou são repetitivos, como é o caso da violência sexual ou física, perpetrados por familiares ou por experiências de guerra.
Na maior parte das vezes, é quase impossível evitar o trauma ou influenciar o seu curso. É da natureza dos acontecimentos traumáticos que aconteçam de forma imprevisível e que sejam de tal forma insuportáveis, que a pessoa se sinta paralisada e não consiga pensar claramente, ou que os seus limites físicos tenham sido ultrapassados, impossibilitando a sua capacidade de se proteger.
Uma das consequências mais frequentes é o reviver involuntário de partes do evento traumático, os chamados flashbacks. Nestas alturas, a pessoa sente-se e age como se sentiu e agiu durante o evento, ou seja, é como se fosse uma viagem no tempo em que a pessoa perde o contacto com a realidade e, por algum tempo, não percebe onde se encontra e o que está a acontecer à sua volta. Tem a sensação de que a situação traumática se vai repetir e age exatamente como naquele momento. O reviver involuntário também se manifesta através de emoções intensas, que estiveram presentes durante o trauma, como o medo, a raiva ou a vergonha, e de sintomas físicos, como o batimento cardíaco acelerado, o suor ou os tremores.
É provável que fragmentos inesperados do trauma venham à mente das pessoas afetadas. Na maioria das vezes são impressões sensoriais como imagens, ruídos, odores ou sensações corporais que também estiveram presentes durante a situação traumática. Tal como os flashbacks, também as impressões sensoriais são muito vivas e stressantes, transmitindo a ideia de que algumas partes do trauma estão a acontecer "aqui e agora".
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Índice
1. O que é transtorno de estresse pós-traumático?
1.1 O que é trauma?
1.2 Que problemas psíquicos as pessoas vivenciam após um trauma?
1.3 Quando se fala de transtorno de estresse pós-traumático?
1.4 Como o transtorno de estresse pós-traumático surge?
1.5 Como o transtorno de estresse pós-traumático se desenvolve?
1.6 Que outros problemas podem surgir após um trauma?
2. Como surge o transtorno de estresse pós-traumático e por que ele não desaparece sozinho?
2.1 Singularidades da memória do trauma
2.2 Mudanças na autoimagem, na visão do mundo e na percepção das outras pessoas
2.3 Mudanças no comportamento
2.4 Fatores biológicos
2.5 Fatores sociais
3. Quais são os possíveis tratamentos para o transtorno de estresse pós-traumático?
3.1 O que eu mesmo(a) posso fazer contra o transtorno de estresse pós-traumático?
3.2 Quando um tratamento é útil?
3.3 Que possibilidades de tratamento existem?
3.4 Como posso contribuir para meu tratamento?
3.5 O que posso esperar do tratamento?
3.6 O que talvez leve você a não querer procurar um tratamento?
4. O que posso fazer como familiar?
4.1 Informar-se
4.2 Escutar
4.3 Lidar com medo e lembranças
4.4 Lidar com distúrbios do sono
4.5 Lidar com o aborrecimento e o distanciamento
4.6 Lidar com tristeza e perda de interesse
4.7 Lidar com consumo de álcool e drogas
5. Conclusão
Muitas pessoas, após um trauma, têm dificuldade para superar o que vivenciaram. Sentem-se abatidas, assustadas ou irritadas, refletindo muito sobre o evento.As lembranças vivas do episódio determinam seu dia a dia e as perseguem até mesmo no sono. Uma mensagem importante percorre todo este guia: mui…
Psychologist - Sales, Marketing & Training
Beatriz Lucas
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