Devido à amplitude e continuidade da violência observada em contexto escolar, o bullying é um tema que não deixa de ser atual.
Desde cedo, em 1994, o psicólogo Dan Olweus, pioneiro na pesquisa sobre o bullying, definiu que o mesmo ocorre quando um indivíduo é exposto a ações negativas por parte de um ou mais indivíduos sistematicamente e ao longo do tempo. Desta exposição sistemática, advêm consequências negativas, a curto e a longo prazo, na saúde e na vida, tanto dos agressores, como das vítimas e, mesmo, dos observadores, com repercussões a nível académico, social, emocional e legal (Neto, 2005).
Apesar das diferentes categorizações atribuídas ao bullying, a mais utilizada é a de bullying direto, de caráter maioritariamente verbal como, por exemplo, chamar nomes, bater e empurrar, e, de caráter indireto (exclusão, contar histórias, espalhar rumores) sendo este mais difícil de identificar (Mendes, 2010).
Sabe-se que a família possui um papel primordial no que concerne à educação. No entanto, a escola também é particularmente responsável pela mesma. Não nos podemos esquecer de que é o local onde as crianças e adolescentes passam grande parte do seu tempo durante o dia. Por isso mesmo deve ser também promotora das habilidades socioemocionais, que se refletem nos relacionamentos interpessoais.
Segundo Neto (2005) a redução do bullying nas escolas revela-se uma medida de saúde pública altamente eficaz para o século XXI. O mesmo autor refere a necessidade de, tanto os agressores, como as vítimas, serem capazes de reconhecer as consequências negativas do bullying nos indivíduos. É igualmente fundamental que as entidades de saúde e de educação também estejam cientes destas consequências. Por isso mesmo, é necessário desenvolver medidas adequadas e eficazes que contribuam para a redução deste tipo de agressão.
Por tudo isto, é essencial que se continue a apostar na intervenção relativa a esta problemática nas nossas escolas. Uma etapa essencial da intervenção consiste na identificação de potenciais vítimas de violência por parte dos pares que possibilite a implementação e desenvolvimento de programas eficazes no combate à violência escolar.
Neste contexto, a Editora Hogrefe dispõe do AVE - Agressão e Violência Escolar, um questionário adaptado e validado para a população portuguesa que avalia os diferentes tipos de vitimização (direta e indireta), tipos específicos de comportamentos agressivos, assim como a frequência e intensidade/severidade com que ocorrem. Permite ainda, identificar a presença de sintomas, tais como ansiedade, distimia, baixa autoestima, entre outros.
Para os profissionais interessados, a Editora Hogrefe dispõe ainda de uma formação em Bullying e Violência Escolar – Avaliação e Intervenção. Caso esteja interessado, fique atento ao nosso site ou envie-nos um e-mail para formacao@hogrefe.pt.
Referências
MENDES, C. S. (2010). Violência na escola: conhecer para intervir. Revista de Enfermagem Referência II (12), 71-82.
NETO, A. (2005). Bullying - comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria. Vol. 81, Supl. 5, p. S164-S172.
Olweus D. (1994). Annotation: Bullying at School: Basic Facts and Effects of a School Based Intervention Program. Journal of Child Psychology & Psychiatry, 35, 1171-1190. doi:10.1111/j.1469-7610. 1994.tb01229.x
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