Existe uma ampla evidência científica que comprova o poder preditivo inigualável do Fator g proposto há mais de 100 anos por Spearman (Spearman, 19041), quer ao nível de estudos realizados nos E.U.A., quer em estudos realizados na Europa. Por exemplo, Schmidt & Hunter (2004)2 mostram que a inteligência geral ou aptidão mental geral tem um poder preditivo inigualável do desempenho profissional e académico. A meta-análise realizada por Salgado et al. (2003)3 revela que a aptidão mental geral constitui um melhor preditor do desempenho profissional e do sucesso na formação do que, inclusivamente, as aptidões específicas.
Não obstante ser um importante preditor do desempenho profissional, explicando 25% da variância no desempenho profissional (Chamorro-Premuzic, T. e Furnham, A., 2010)4, o papel da inteligência torna-se mais determinante quanto maior for a complexidade da função ou quanto maior for o nível de exigência intelectual da função.
A inteligência geral, assumida aqui como “capacidade para aprender” ou “potencial geral de aprendizagem” (Hunter, 1986 in Chamorro-Premuzic, T. e Furnham, A., 2010) está intimamente relacionada com a facilidade e profundidade com que as pessoas aprendem a realizar uma tarefa e processam a informação. Como tal, quando se trata de fazer um prognóstico sobre o potencial de adaptação a uma função, ter-se em consideração este “potencial de aprendizagem” revela-se fundamental.