Um dos métodos mais utilizados para avaliar os traços de personalidade em contexto de recrutamento e seleção são os questionários autodescritivos, ou seja, questionários que são preenchidos pelo próprio sujeito.
Ao contrário da avaliação das aptidões cognitivas (em que as diferenças individuais são objetivamente determinadas com base no número de respostas corretas a um teste estandardizado), a avaliação das diferenças individuais ao nível dos traços de personalidade, com recurso a instrumentos psicométricos, apenas é passível de ser feita de forma subjetiva, ou seja, a partir do que as próprias pessoas dizem de si mesmas.
Assim, não será difícil imaginar que a validade dos resultados obtidos a partir dos questionários de personalidade possa ser ameaçada pelo facto de, em contextos competitivos, os candidatos tenderem a manipular a sua imagem. Mesmo que a avaliação seja feita fora de um contexto competitivo, será legítimo pensar que, mais ou menos frequentemente, a imagem que as pessoas têm de si próprias não corresponde à opinião que os outros têm delas.
Por outro lado, se pensarmos em aspetos como a motivação ou o contexto, será fácil concluir que a relação entre os traços de personalidade e o comportamento está longe de ser direta.